Preços do aço podem ter leve queda no curto prazo - 24/06/2011


Os preços internacionais do aço devem ficar estáveis ou apresentar leve queda no curto prazo, avaliam profissionais do mercado. A proximidade do verão no Hemisfério Norte promove um enfraquecimento sazonal da demanda. Por outro lado, existe um limite para reduções de preços do aço devido à pressão de custo das principais matérias-primas siderúrgicas - minério de ferro e aço - cujos preços são considerados elevados no momento.

Como existe capacidade ociosa de produção de aço no mundo, há expectativa que algum sinal de melhora da demanda que porventura ocorra se reflita em reação dos preços e, principalmente, em retomada de parte do volume que não está sendo produzido no momento. Caso a produção aumente, o impacto nos preços tende a se inverter, com pressão de queda.

Estima-se excedente entre a capacidade mundial de aço e o volume a ser produzido durante 2011 de cerca de 500 milhões de toneladas. A demanda por aço exportado a partir da China para os países do Sudeste Asiático está enfraquecendo, devido a pressões inflacionárias. Se a China não reduzir a produção, os estoques de aço podem aumentar, levando a uma queda de preços no mercado doméstico do país, o que pode influenciar as cotações de outros produtores, segundo um analista que acompanha o mercado.

A ArcelorMittal, maior siderúrgica do mundo, continua preocupada com a inflação e com as medidas de aperto monetário na China, ainda que a demanda por aço no país deva ser mantida devido a projetos de infraestrutura. A avaliação é que a demanda por aço, no segundo semestre, depende de fatores como política de aperto monetário do governo chinês, reestruturação da indústria e crescimento do consumo doméstico.

Dados publicados pela Worldsteel Association (WSA) apontam que, em abril, a produção mundial de aço cresceu 5%, para 127 milhões de toneladas métricas ante o mesmo mês do ano passado. A produção chinesa do insumo aumentou 7,1%, para 59 milhões de toneladas na mesma base de comparação.

De acordo com dados do Instituto Aço Brasil (IABr), de janeiro a abril deste ano, a produção siderúrgica brasileira cresceu 7,5%, para 11,477 milhões de toneladas. O IABr projeta que o volume produzido de aço no País somará o volume recorde de 39,4 milhões de toneladas em 2011, o que representa crescimento de 19,8% ante 2010. A maior parte dessa expansão esperada deve-se à ThyssenKrupp Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA), que passa a operar a plena capacidade este ano e cuja produção é voltada para a exportação.

No momento, o maior limitador para a queda dos preços do aço são os preços elevados das principais matérias-primas siderúrgicas, conforme a percepção do mercado. Os preços contratuais para o minério ficarão estáveis no terceiro trimestre em relação ao segundo trimestre, mas em patamares altos. O cálculo do reajuste que entrará em vigor em 1º de julho considera a variação dos preços à vista (spot) do minério de março a maio, levando-se em conta também diferenciais de qualidade e preço.

Fonte: Agência Estado - 24/06/2011