Minério supera aço no caixa da CSN - 03/08/2011

No segundo trimestre deste ano, as vendas de minério de ferro da CSN já contribuíram mais para a geração de caixa da empresa do que a comercialização de aço. De acordo com a divulgação do resultado do segundo trimestre de 2011, divulgado ontem pela siderúrgica, o segmento de mineração contribuiu com R$ 1,04 bilhão para o Ebitda da empresa, enquanto a siderurgia contribuiu com R$ 733 milhões. Já no que diz respeito à receita líquida, a siderurgia contribuiu com R$ 2,513 bilhões e a mineração com R$ 1,524 bilhão.

Siderurgia e mineração são dois dos cinco segmentos que formam o grupo CSN,  junto com cimento, energia e logística. O resultado do trimestre passado indica que, embora tenha contribuído com 57% da receita líquida do grupo, a siderurgia gerou 38% do caixa pelo critério do Ebitda, enquanto a mineração, com 34% da receita, gerou 54% do Ebitda.

Os demais segmentos têm participações relativamente pequenas, tanto no faturamento quanto na geração de caixa do grupo CSN: logística gera 6% da receita e do Ebitda, cimento, 2% da receita e 1% do Ebitda e energia, 1% da receita e 1% do Ebitda.

O Ebitda ajustado é calculado a partir do lucro líquido, excluindo-se o resultado financeiro, imposto de renda, contribuição social, depreciação e amortização e do resultado de outras receitas e (despesas) operacionais, este último eliminado por tratar-se de item não recorrente da operação.

Para todo o grupo CSN, o Ebitda ajustado do segundo trimestre de 2011 foi de R$1,773 bilhões, um crescimento de 16% em relação aos R$1,529 bilhões registrados no primeiro trimestre de 2011, basicamente pelos maiores preços de minério de ferro praticados. Já a margem Ebitda ajustada do segundo trimestre de 2011 atingiu 41%, um crescimento de 1% em relação àquela registrada no primeiro trimestre de 2011.

No primeiro semestre de 2011, o Ebitda ajustado atingiu R$ 3,302 bilhões, um crescimento de 7% em relação ao mesmo período do ano anterior, basicamente em função dos maiores volumes e preços de minério de ferro praticados.

Em parte, o crescimento da importância do negócio mineração nos resultados da CSN se deve aos investimentos que a empresa vem fazendo para aumentar sua produção e suas vendas de minério de ferro. Porém, a retração nas vendas interna de aço também contribuíram, já que reduzem o volume e forçam a prática de comercialização mais agressiva, reduzindo a margem de lucro da atividade.

De acordo com o Instituto Aço Brasil (IABr), o consumo aparente de produtos siderúrgicos no Brasil alcançou 12,6 milhões de toneladas no primeiro semestre de 2011, o que representa uma queda de 5,6% em relação ao mesmo período do ano anterior. Do total consumido, 1,7 milhão de toneladas foram importados, o que representa uma queda de 36,7% na importação de aço no Brasil no primeiro semestre de 2011.

Ainda de acordo com o IABr, a siderurgia brasileira produziu 17,7 milhões de toneladas de aço bruto no acumulado de janeiro a junho, o que representa um crescimento de 8% sobre o mesmo período do ano passado. Já a produção de aços laminados planos alcançou 7,3 milhões de toneladas, queda de 7% em relação ao primeiro semestre de 2010.

As vendas internas de aços planos no primeiro semestre de 2011 alcançaram 5,9 milhões de toneladas, apresentando uma queda de 3,3% em relação ao mesmo período do ano anterior. Já as exportações do produto no primeiro semestre de 2011 totalizaram 1,3 milhão de toneladas, representando aumento de 13% quando comparado com o mesmo período de 2010.

O IABr mantém projeções positivas para o setor. Espera-se que o consumo aparente nacional atinja este ano 27,8 milhões de toneladas de produtos siderúrgicos, representando aumento de 6,4% em relação a 2010. Estas expectativas se baseiam no crescimento moderado da indústria em geral, nos aumentos mais expressivos nos segmentos de equipamentos destinados à indústria de petróleo e gás, Copa do Mundo e Olimpíadas.

Resultados

O lucro líquido consolidado de R$1,1 bilhão do segundo trimestre de 2011 cresceu 85% em relação ao primeiro trimestre de 2011. No primeiro semestre de 2011 o lucro líquido de R$1,8 bilhão foi 32% maior que o lucro líquido do mesmo período do ano anterior. A receita líquida de R$ 8,1bilhões no primeiro semestre de 2011 é recorde da Companhia, 15% superior àquela do primeiro semestre de 2010. A receita líquida de R$4,3 bilhões do segundo trimestre de 2011, outro recorde, cresceu 14% em relação ao primeiro trimestre de 2011.

O lucro bruto no segundo trimestre de 2011 atingiu R$1,8 bilhão, 18% superior ao lucro bruto registrado no primeiro trimestre de 2011. O Ebitda ajustado do segundo trimestre de 2011, de R$ 1,8 bilhão, cresceu 16% em relação ao R$ 1,5 bilhão registrado no primeiro trimestre de 2011. No primeiro semestre de 2011, o Ebitda ajustado atingiu R$ 3,3 bilhões, crescendo 7% em relação aos R$ 3,1 bilhões do primeiro semestre de 2010.

No primeiro semestre de 2011, as receitas de mineração atingiram o recorde de R$ 2,7 bilhões, um crescimento de 110% em relação ao primeiro semestre de 2010, com vendas recordes de minério de ferro de 13,3 milhões de toneladas. No segundo trimestre de 2011, o volume consolidado de produtos siderúrgicos comercializado pela CSN no mercado interno, onde historicamente as margens são mais elevadas, representou 86% das vendas totais. A CSN é uma empresa altamente líquida, com R$ 11,7 bilhões em caixa.

Fonte: Diário do Vale - 03/08/2011