Siderurgia deverá viver em breve consolidação - 26/09/2011


Um processo de consolidação do parque siderúrgico no Brasil deverá ocorrer em um futuro próximo. Esse caminho, ansiosamente aguardado pelo mercado, deverá preparar as empresas para se realocarem mundialmente, de forma a conquistarem competitividade de seus produtos, tanto no Brasil quanto no mercado externo.

Mesmo que as siderúrgicas brasileiras evitem falar sobre esse assunto, estão na iminência de um processo de consolidação, já que o contexto mundial está exigindo um movimento das companhias. Os dados da Associação Mundial do Aço (WSA, na sigla em inglês) apontam para uma capacidade ociosa mundial por ano de mais de 500 milhões de toneladas de aço, volume que tem pressionado os preços dos produtos siderúrgicos para baixo.

De acordo com o Instituto Aço Brasil (IABr), a participação de mercado das cinco maiores siderúrgicas no mercado de aço em todo o mundo é de 19% do total. No caso do minério de ferro, as cinco maiores ficam com a fatia de 90% do mercado. Esse dado demonstra, claramente, a necessidade de uma consolidação do setor siderúrgico. Além disso, a fragmentada indústria do aço se situa em uma posição desfavorável na negociação de preços com os produtores de minério de ferro.

Mundialmente, esse processo de consolidação ganhou novas proporções com o anúncio de fusão das japonesas Nippon Steel e Sumitomo, que tem como um dos objetivos abertos o corte de custos e aceleração da expansão no exterior. Grandes fusões no setor não eram vistas desde a união da Arcelor e do Mittal, em 2006, ocasião em que foi criada a maior siderúrgica do mundo.

Assim, com a ArcelorMittal e agora Nippon e Sumitomo criando grandes conglomerados para brigarem no mercado mundial, as companhias que não se movimentarem podem acabar ficando para trás diante de todo esse processo. Nesse cenário, o Brasil não pode ficar de fora, já que hoje as empresas nacionais sentem a necessidade de enfrentar, no dia a dia, competição com o aço importado.

Não é à toa que desde o ano passado cresceram os rumores sobre o desencadeamento de um movimento de consolidação no Brasil, tendo como peça-chave a Usiminas. Uma união que poderia ocorrer entre Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) ou Gerdau traria sinergias, poder de barganha com fornecedores e uma maior economia de escala, fatores que podem ajudar na conquista de mais competitividade do aço brasileiro.

Ainda não se sabe ao certo qual será o desenho futuro do setor siderúrgico no Brasil. Dependendo do modelo, o número de players poderá, até mesmo, ser mantido, mas se espera companhias com maior escala de produção, com um maior portfólio de produtos e, ainda, mais fortes para lidarem com a concorrência externa, que tende a ser ainda maior.

Fonte: Infomet / Agência Estado - 21/09/2011