Após cortar produção na Europa, ArcelorMittal ajusta ritmo no Brasil - 01/11/2011


Companhia desacelera obras de duplicação da usina de aços longos de João Monlevade, a 110 km de Belo Horizonte

O ajuste na oferta de aço do grupo ArcelorMittal, maior produtor mundial, não se limitou à Europa, onde anunciou paralisações de altos-fornos e de unidades de laminação. A companhia comandada por Laksmi Mittal, principal acionista e executivo-chefe, está desacelerando as obras de duplicação da usina de aços longos de João Monlevade (MG), a 110 km de Belo Horizonte.

O grupo informou, em comunicado, depois de notícias que circularam na imprensa local, que a subsidiária "ArcelorMittal Brasil vai parar temporariamente as obras do projeto de expansão da ArcelorMittal Monlevade" e que "trata-se de uma medida temporária, devido às condições de mercado".

No trimestre passado, na Europa, o grupo fechou altos-fornos em Liège, na Bélgica, e anunciou paralisação de unidades de laminação na Alemanha e Espanha. A decisão é atribuida à desaceleração da economia global e à fragilidade dos mercados da Europa e Estados Unidos.

O projeto Monlevade, como é conhecido, é afetado por uma crise econômica pela segunda vez. Desenhado para passar de 1,2 milhão para 2,4 milhão de toneladas de capacidade de anual de tarugos (aço semi-acabado), estava no início das obras de terraplenagem quando foi abalado pela crise de setembro de 2008. Só foi retomado no ano passado.

A companhia observou na nota que "a decisão será reavaliada oportunamente", lembrando que o crescimento da demanda de aço no Brasil tem sido inferior ao previsto inicialmente e que suas operações no país têm capacidade de produção suficiente para atender o mercado. Segundo afirmou o grupo, não há intenção de cancelar o projeto.

Outras dois projetos de expansão, das usinas de Juiz de Fora (MG) e de Cariacica (ES), ainda em fase de estudos, já tinham sido congelados pelo grupo. No Brasil, os principais competidores da ArcelorMittal no segmento são o grupo Gerdau, dono de metade das vendas internas, e a Votorantim Siderurgia, com quase 10%.

A expansão da unidade mineira, orçada em cerca de US$ 1,2 bilhão, estava prevista para iniciar operação no último trimestre do próximo.

Fonte: Valor Online | 01/11/2011