Preços do aço sofrerão novos reajustes


Segundo as distribuidoras, preço terá alta média de 8% a partir de hoje. As usinas siderúrgicas deverão iniciar a recuperação dos preços, após serem impactadas pelo aumento significativo das importações no ano passado, a partir de hoje. Conforme informações de distribuidores, as tabelas de vergalhões e aços não planos deverão ter reajuste médio de 8%.

Entre os motivos da alta estaria o aumento dos valores negociados no mercado internacional, que já estão acima dos praticados no país. Com a invasão do aço importado no mercado doméstico no ano passado, os grupos siderúrgicos chegaram a reduzir os preços em até 25%.

De acordo com o diretor da Açomec Ferro e Aço, instalada na região Noroeste da Capital, Christian Alder Fonseca, não houve anúncio formal sobre o aumento nos preços. Mas a distribuidora foi informada que tinha até ontem para realizar os pedidos para o grupo gaúcho Gerdau, para ficarem de fora do aumento.

Conforme o empresário, a alta deverá ser repassada imediatamente para os clientes. Os descontos concedidos em 2010 acabou por gerar prejuízos aos distribuidores, uma vez que houve perda no valor dos estoques. Para Alder, a movimentação verificada em fevereiro por parte da Gerdau foi impulsionada pela continuidade na demanda por vergalhões. "A construção civil continua aquecida", afirmou.

Apesar disso, segundo ele, no segmento de não-planos, utilizados pelo setor industrial, como cantoneiras e tubos, a demanda em janeiro foi baixa. "Mas há sinalização que vai reaquecer", afirmou.

De acordo com o diretor-presidente da Frefer Metalplus S/A, Christiano da Cunha Freire, a tendência é de retirada dos descontos concedidos pelas usinas em 2010 em virtude da alta nos preços no mercado internacional. "Os preços dos importados já estão 15% acima do aço nacional", disse.

Com a demanda da construção aquecida, siderúrgicas aproveitam e deverão elevar preços dos vergalhões

Custos
Com o cenário verificado atualmente, o presidente da distribuidora que possui unidade em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), afirmou que os descontos deverão ser retirados gradualmente pelas usinas brasileiras. Os rumores de alta também foram noticiados pelo site especializado no setor minerometalúrgico Infomet, que consultou distribuidores sobre o aumento. De acordo com as fontes, os reajustes já seriam sentidos a partir de hoje. A Gerdau foi procurada pela reportagem, mas até o fechamento da edição o grupo siderúrgico não comentou o assunto.

Além da alta de preços no mercado internacional, as usinas enfrentam uma pressão significativa de custos, pois os principais insumos utilizados pelo setor passaram por reajustes consecutivos. O minério de ferro, por exemplo, chegou a aumentar cerca de  130% em 2010. No ano passado, as mineradoras corrigiram as tabelas trimestralmente e abandonaram o modelo de contratos anuais.

Conforme especialistas já haviam afirmado, com a alta verificada no mercado internacional e a recuperação de parte dos preços e das margens, existe a possibilidade de retomada da produção aos patamares pré-crise. Apesar disso, a utilização da maior parte da capacidade instalada das usinas brasileiras, que é atualmente 47 milhões de toneladas/ano, depende de manutenção do mercado interno e elevação nas importações.

Em 2010 a produção nacional de aço bruto alcançou 32,812 milhões de toneladas. O volume é 20,8% superior ao verificado em 2009 (26,506 milhões de toneladas, mas ainda é 2,6% inferior ao recorde registrado em 2008 de 33,7 milhões de toneladas,  conforme dados do Instituto Aço Brasil (IABr).

Os desembarques recordes no ano passado inviabilizaram a retomada da produção aos patamares pré-crise. As importações cresceram 154,2% em 2010 na comparação com o exercício anterior, passando de 2,331 milhões de toneladas para 5,928 milhões de toneladas. Os desembarques foram impulsionados pelo segmento de planos, que aumentou 172% na mesma base de comparação.

Fonte:
Infomet / Diário do Comércio
Publicação: 03/02/2011