Preço do aço deve subir no Brasil.


A tendência do preço do aço no mercado interno, nos próximos meses, é de alta, segundo avaliação de analistas da corretora de ações Ágora publicada hoje em um fórum de investidores na Internet. A empresa acredita que os preços do produto subam entre 8% e 13% a partir de abril, embora até o momento somente a Gerdau, maior produtora de aço do país - considerando a soma de todas as suas unidades - tenha confirmado a elevação.

Um dos fatores que influíram na formação dessa tendência é a redução da concorrência do aço importado, cujos preços muitas vezes incluem subsídios e incentivos dados por governos estrangeiros. Ainda de acordo com os analistas de mercado, o aumento de preços seria indireto, através de redução nos descontos dados à rede de distribuidores. Os distribuidores revendem aço comprado das siderúrgicas para clientes que operam com pequenos volumes ou fazem compras esporádicas Os consumidores de maior volume, que negociam diretamente com as siderúrgicas, não devem ser atingidos pelos aumentos.

Um exemplo de negociação com grandes consumidores foi a licitação recentemente vencida pela Usiminas para fornecer 13 mil toneladas de chapas grossas de aço à Petrobras, que vai usar o material na construção de navios para sua frota. Só os contratos já fechados pela Usiminas com a estatal petroleira somam 66 mil toneladas, e 680 mil toneladas serão necessárias para construir todos os navios previstos.

As indústrias do setor automobilístico e dos eletrodomésticos de linha branca também são grandes consumidoras de aço, com compras de alto volume e constantes. Essas empresas costumam fechar contratos de longo prazo, com preços diferenciados do chamado "mercado spot", usado pelos compradores eventuais. Segundo dados do Instituto Aço Brasil, o consumo aparente de produtos siderúrgicos no país foi recorde em 2010, com 26,8 milhões de toneladas, 44% a mais do que em 2009 e 11% acima de 2008, período pré-crise.

No entanto, as siderúrgicas locais aproveitaram pouco esse crescimento, já que as importações chegaram a 5,9 milhões de toneladas, em crescimento de 154% na comparação com o ano passado e de 123% em relação a 2008. As importações representaram mais de 20% do consumo aparente de aço. A produção brasileira de aço bruto está estimada pelo Instituto Aço Brasil (IAbr), para 2010, em 33,1 milhões de toneladas, crescimento de 25% em relação ao ano passado.

As vendas internas devem apresentar crescimento de 30,4% em relação a 2009, chegando a 21,3 milhões de toneladas. As exportações de produtos siderúrgicos no período devem totalizar 8,7 milhões de toneladas e 5,5 bilhões de dólares, representando aumento de apenas 1% de volume, quando comparado com 2009. O IABr estima o consumo aparente de produtos siderúrgicos em 28,3 milhões de toneladas em 2011, aumento de 6%.

Fonte:
Infomet / Diário do Vale
Publicação: 15/02/2011