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Recuperação de preços de 20% a 30% no mercado internacional nos últimos 90 dias estimulou corte de "prêmio"
IPATINGA - Em 2010, a produção brasileira de aço bruto cresceu 24%. O consumo aparente de produtos siderúrgicos aumentou 44% no país, segundo dados do Instituto Aço Brasil (IABr). Apesar desta evolução, o cenário ainda é de desafios para o setor, em função do excesso de oferta de aço no mercado, do aumento das importações diretas e indiretas no Brasil e do elevado custo das matérias-primas. A informação foi divulgada durante o anúncio dos resultados de 2010 da companhia, em 23 de fevereiro.
Para fazer frente a esta realidade, a Usiminas vem promovendo a redução de custos, a integração e a verticalização produtivas. Em 2011, a siderúrgica também reajustará seus preços, tendo inclusive começado a negociar a retirada dos descontos no preço do metal que vinha concedendo a seus clientes.
O fim desses descontos começará em março, com efeito no segundo trimestre, de acordo com o vice-presidente de Negócios da Usiminas, Sergio Leite. "O impacto da retirada de descontos será de0 5% a 10% nos preços", disse.
O executivo frisou que a siderúrgica monitora permanentemente a evolução de preços no mercado internacional e acompanha a concorrência e a distribuição.
"Houve recuperação de preços de 20% a 30% no mercado internacional nos últimos 90 dias. Com isso, o que chamávamos prêmio e agora chamamos de diferencial está em zero no momento", contou Leite.
Novas alterações dos preços dependem da evolução no mercado internacional, segundo o executivo. Os descontos começaram a ser concedidos aos distribuidores pelas usinas em agosto de 2010, para fazer frente à concorrência com a importação.
Estratégia
Além da recomposição dos preços, a siderúrgica busca ampliar sua competitividade, aumentando a eficiência operacional e agregando valor aos seus produtos e serviços.
Em 2010, uma agenda de investimentos deu suporte à estratégia da companhia. Na atividade de siderurgia, os investimentos para agregar valor às linhas de produtos foram intensificados ao longo de 2010 e a companhia vem se preparando para a otimização das atuais plantas.
A coqueria 3 da usina de Ipatinga entrou em operação no terceiro trimestre do ano passado, com capacidade de produção de 750 mil toneladas anuais de coque. Este investimento representa o primeiro passo para a autossuficiência nesta matéria-prima.
Também na usina de Ipatinga, foi concluída a instalação da tecnologia de resfriamento acelerado de chapas grossas, que vai possibilitar, ainda em 2011, a produção dos aços da linha Sincron, específicos para uso em gasodutos, oleodutos e no setor naval.
Diário do Aço - 27/02/11