Preço do minério de ferro recua após o terremoto (17/03/2011)


O preço do minério de ferro recuou desde o terremoto no Japão e continuam caindo - o que está acontecendo desde meados de fevereiro. O preço no mercado spot atingiu um pico de US$ 191,90 por tonelada de 16 para 17 de fevereiro, mas em 10 de março, imediatamente antes do terremoto, operava a US$ 170 por tonelada, pressionado pela redução no apetite chinês pelo produto.


Ainda que com baixo uso da capacidade devido ao racionamento de energia, as principais siderúrgicas do Japão, segundo maior produtor de aço do mundo, voltaram a funcionar na última terça-feira (15). O atual problema é o racionamento de energia, que está afetando o funcionamento das siderúrgicas, principalmente as do norte do Japão, que recebiam eletricidade produzida pelas usinas nucleares situadas no nordeste japonês - e boa parte delas foi desativada após o terremoto que chegou a danificar alguns reatores.


A Sumitomo Metal Industries retomou a produção na unidade de Kashima, após ter suspendido as operações após o terremoto por causa de um incêndio em um forno. Mas os desembarque de matérias-primas nos portos da região continua suspenso, como medida de precaução, pois houve danos a guindastes de cais e à infra-estrutura.

 

 

Vale não comenta

 

 

A Vale disse que não tinha comentários a fazer sobre a situação atual de seus embarques de minério de ferro para as siderúrgicas japonesas, com quem possui contratos de fornecimento de longo prazo. Em 2010, a mineradora enviou 30,8 milhões de toneladas de minério de ferro ao Japão, ante 22,5 milhões de toneladas em 2009. O país possui uma fatia de 10,5% nas vendas totais de minério de ferro da Vale.


No curto prazo, a demanda por aço no Japão será menor, visto que as montadoras do país suspenderam a produção, mas a necessidade de reconstruir áreas devastadas pelo terremoto oferece suporte para a indústria de aço.


Mas se o racionamento de energia persistir, as siderúrgicas japonesas podem não ser capazes de suprir a procura por aço do país e também poderiam deixar de exportar, abrindo novos mercados de exportações para outras empresas do setor, de acordo com o diretor-gerente do Steel Index, uma consultoria de preços de aço e minério de ferro em Londres, Steve Randall. "Haverá um aumento real na demanda no médio e longo prazos", acrescentou.


Em 2010, o Japão produziu 109,6 milhões de toneladas de aço bruto, ou 25,2% mais que em 2009, segundo a Associação Mundial de Aço. O país só perdeu para a China, que produziu 626,7 milhões de toneladas de aço no ano passado.


Fonte: Monitor Mercantil Digital