Lucro da Usiminas encolhe 96% no primeiro trimestre (28/04/2011)


O grupo siderúrgico Usiminas reportou um lucro líquido de apenas R$ 16 milhões para o exercício do primeiro trimestre, o que significa uma redução de 96% sobre o ganho apurado no mesmo período de 2010.

Na comparação com o quatro trimestre de 2010, a queda no lucro foi de 94%.

Em fevereiro, a empresa vendeu a totalidade de sua participação acionário no grupo siderúrgico latino-americano Ternium. "O efeito dessa operação no resultado do trimestre representou um impacto negativo de aproximadamente R$ 125 milhões devido ao reconhecimento contábil das perdas cambiais", aponta a empresa, no balanço divulgado hoje.

A receita líquida totalizou R$ 3,063 bilhões nos primeiros três meses do ano, em um avanço de 1% sobre o primeiro trimestre do ano passado.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) foi de R$ 337 milhões, o que representa um decréscimo de 53% sobre o resultado registrado no primeiro trimestre de 2010. Sobre o último trimestre do ano passado, houve alta de 1,4%.

"No primeiro trimestre de 2011, o volume de vendas destinado ao mercado interno alcançou 77%, uma evolução de nove pontos percentuais em relação ao quarto trimestre de 2010, entretanto o efeito positivo de maiores vendas no mercado interno foi parcialmente compensado pelos menores preços médios de aço e reajustes de preços das principais matérias-primas", comentou a diretoria da Usiminas, no balanço.

O resultado financeiro líquido (a diferença entre as receitas e despesas financeiros) foi positivo em R$ 43,5 milhões, ante R$ 41 milhões no primeiro trimestre do ano passado.

Em teleconferência nesta quinta-feira, Wilson Brumer, presidente da Usiminas, disse que o resultado "ficou muito aquém" do que a empresa gostaria. Ainda assim, disse Brumer, a venda da Ternium foi importante porque a empresa entendeu que não fazia sentido deter participações acionárias em outras companhias.

"Esse é um tipo de investimento tipicamente financeiro, o que não é o nosso foco", afirmou. "A venda da Ternium significou um importante reforço de caixa que contribuirá em nosso plano de investimentos."

INVESTIMENTOS

No primeiro trimestre deste ano, a Usiminas investiu cerca de R$ 1 bilhão, um aumento de 5% na comparação com o trimestre anterior.

A previsão para 2011 é de investimentos da ordem de R$ 2,8 bilhões em projetos como uma nova linha de galvanização na usina de Ipatinga (MG).

Brumer evitou comentar o assédio de empresas como CSN e Gerdau.

A CSN aumentou sua participação acionária na Usiminas de 5% para 10% em fevereiro, o que ainda não lhe garantiu um assento no conselho de administração.

A Gerdau também demonstrou interesse em comprar participação na Usiminas. Ontem, os principais acionistas da Usiminas --Votorantim, Camargo Corrêa, Nippon Steel, Mitsubishi e Caixa de Empregados, que juntos controlam 53,7% da companhia-- negaram, em carta, que tenham interesse em vender suas participações.

Segundo Brumer, a renovação por mais 20 anos do acordo de acionistas, assinada em fevereiro, mostra que seus investidores acreditam na empresa e em seus fundamentos. De acordo com o novo acordo, os contralodores têm preferência na compra de ações de seus pares até 2031.

Fonte: Folha - 28/04/2011