Vale pode investir em siderurgia, mas foco é mineração, diz Ferreira (27/05/2011)


SÃO PAULO E RIO - O presidente da Vale, Murilo Ferreira, disse hoje, em encontro com analistas, que a Vale poderá fazer investimentos em siderurgia. Mas ele ressaltou que o foco da companhia é a mineração. "Este assunto sempre merecerá nossa atenção, nosso carinho, mas sempre a partir da premissa básica de que a Vale é uma mineradora", declarou. Ele acrescentou que a empresa poderá fazer investimentos na área, mas de "forma transitória".

O executivo deu como exemplo o projeto da Companhia Siderúrgica do Pecém, no Ceará, em que, segundo ele, já desde o início os investidores sul-coreanos decidiram ter uma participação "significativa". Ferreira acrescentou que, no caso do projeto de siderúrgica no Pará, a Alpa (Aços Laminados do Pará), as discussões não estão tão adiantadas como no caso de Pecém. Mas ele demonstrou confiança no projeto. "Acredito que, face às condições particulares, teremos em determinado momento interesse de outros investidores", disse.

O executivo disse ainda que os fundamentos para a indústria da mineração continuam fortes. "Não vejo do ponto de vista da demanda que estejamos sobre risco", acrescentou. Em relação à demanda, ele citou a China, onde há aumento da produção de aço, que não é acompanhada pela produção interna de minério de ferro.

Segundo ele, a dificuldade de se implantar projetos de minério de ferro "é muito grande, especialmente para empresas menores". Há dificuldades em três frentes: disponibilidade de mão de obra, financiamento e licenciamento ambiental. Ele citou que muitos projetos novos "acabam nem se concretizando".

Questionado sobre quedas de preços no mercado à vista (spot) chinês, ele afirmou que aspectos sazonais da China são esperados e que o reajuste do preço contratual do minério para o próximo trimestre "é quase dado". O preço contratual do minério que entrará em vigor em 1º de julho é calculado a partir da média dos valores à vista no mercado chinês no período de março a maio. "Estamos convencidos de que teremos uma situação melhor no segundo semestre."

Fonte: O Estado de São Paulo - 27/05/2011